julho 16, 2012

Next Stop!


Esta semana o Passe Vite mudou-se de malas e bagagens para Viseu, os Jardins Efémeros estão de volta e a cozinheira foi convidada para lá estar!

Um evento que teve ínicio no ano passado pelas mãos da fantástica Sandra Oliveira que um dia se lembrou de tranformar o centro histórico da cidade num verdadeiro jardim. E de fantasias em fantasias realizou uma das melhores inicativas de Viseu dos últimos tempos! Durante quase uma semana as ruas da Sé vestem-se de verde e ganham novos habitantes que, sob o lema habitar a urbe | debater a polis | okupar a cidade, prometem quebrar rotinas e transformar a cidade. Pelos jardins encontramos de tudo, das ideias e debates às concretizações das oficinas, às artes em todas as suas formas, música, cinema, teatro, fotografia, pintura e livros, à gastronomia e aos mercados frescos e biológicos... São seis dias e seis noites em que a cidade se aproxima de todo o seu potencial e nos oferece o que tem de melhor.

O convite surgiu há uns meses, e claro, a resposta só podia ser uma. Agora a contagem decrescente está a chegar ao fim e amanhã lá começo mais uma nova aventura! No primeiro dia vou estar acompanhada pelos ilustres Occupy My Kitchen, um duo de cozinheiros amadores com um projecto delicioso, para mostrar os parelismos entre o processo de design e a cozinha, não fôssemos nós designers de gema. Depois tenho os meus dias a solo, como Miss Vite, para falar do meu percurso pelo vegetarianismo e mostrar como fazer algumas iguarias em equilíbrio com a natureza e connosco, tudo numa Cozinha Sustentável, Cozinha Feliz!

Por este lado o nervoso miudinho crece e a barriga enche-se de borboletas, mas sei que vai ser uma experiência incrível e mal posso esperar por estar ali, aos comandos de uma cozinha ao ar livre entre jardins, a mostrar aquilo que mais gosto de fazer!

Visitem o site para saberem o programa completo destes Jardins Efémeros e, claro, apareçam por lá! Vão ver, que depois destes dias, vão querer viver num jardim assim, para sempre!

julho 12, 2012

Muffins de Chocolate, Banana e Cardamomo

Quando há um ano atrás me sentei para escrever as primeiras palavras do Passe Vite estava longe de imaginar a viagem em que estava a embarcar... Naquele momento, e sem dar conta, dei o primeiro passo para me aproximar dos mil e um sonhos que me acompanham desde que me lembro gente.

Andava à deriva, perdida numa rotina que sabia que não era minha, e com uma desesperante sensação que os dias me andavam a escapar das mãos sem saber muito bem o que o futuro me reservava. Continuo sem grandes respostas, afinal quem o sabe?, mas o meu presente encheu-se de sabores, cores e cheiros e uma vontade gigante de continuar a crescer, aprender e juntar mais uns quantos sonhos aos mil e um de sempre. Foi um longo e incrível ano, com alguns dias cinzentos cor de chumbo e muitas conquistas, como todos os anos de mudança devem ser.

É só um blogue, se calhar pensam alguns, mas para mim é muito mais do que isso e digo com orgulho que mudou a minha vida. Hoje sopro-lhe a primeira velinha de sorriso nos lábios, contente por o ter descoberto e termos crescido juntos!

Obrigada a todos os que estiveram desse lado, a assistir às minhas aventuras e desventuras, sempre com palavras tão deliciosas que tanto me aquecem o coração. Espero continuar por aqui por muito mais anos!

E como não há festa sem chocolate achei que estes Muffins eram mais do que dignos para celebrar uma data tão especial! Uns meninos inofensivos mascarados de bad boys à séria, com pepitas de chocolate e tudo, mas perfeitos até para o pequeno almoço. É que na verdade estão recheados de coisas boas e nem açúcar têm! Mas não contem a ninguém, que eles gostam mesmo de parecer, assim, mauzões!










Ingredientes (12 Muffins)

2 Bananas maduras
50g de Cacau em Pó
50g de Avelãs
120g de Farinha de Espelta Integral
20g de Pepitas de Chocolate Negro
1 colher de sopa de Café em Pó (opcional)
2 colheres de sopa de Azeite
1 Iogurte Natural 
1 colher de chá de Bicarbonato de Sódio
1/2 colher de chá de Essência de Baunilha
3 vagens de Cardamomo
1 pitada de Sal Marinho
Cacau em Pó para polvilhar

Preparação

Ligar o forno para ir aquecendo.
Forrar um tabuleiro de queques (ou daquelas forminhas de queques individuais), com papel vegetal ou com as tradicionais formas de papel frisado.
Esmagar as bananas com um garfo e colocar numa taça grande.
Misturar a baunilha, o azeite e o café envolvendo bem com o puré de banana.
Picar as avelãs até parecerem farinha e numa outra taça misturar com a farinha, o cacau em pó, o bicarbonato de sódio e o sal.
Acrescentar metade à mistura de banana e mexer até incorporar.
Juntar o iogurte, as vagens de cardamomo esmagadas e as pepitas de chocolate e voltar a mexer.
Por fim juntar o resto da farinha com as avelãs e envolver cuidadosamente para não trabalhar demasiado a massa.
Distribuir pelas forminhas e levar ao forno entre 20 a 25 minutos.
Deixar arrefecer e polvilhar com o cacau em pó.
Provar e tentar comer só 1!


Adaptada daqui.



julho 10, 2012

A Pronúncia do Norte

É ao som das conversas intermináveis entre gaivotas, habitantes das traseiras da minha nova casa, que faço o meu regresso... Gaivotas... O primeiro sinal que vivo finalmente numa cidade à beira-mar e que me conquistou em menos de uma semana. Na verdade já tinha um bicudo caso de paixão platónica por ela, mas agora que cá estou vejo que ela própria também tem um fraquinho por mim. Sim... Só pode ser isso! Se não, não consigo explicar como se mostrou tão deslumbrante nos últimos dias!

Adoro os seus contrastes. As ruas velhas tão cheias de vida, o pitoresco colorido dos azulejos lado a lado com edifícios tão imponentes que parecem tirados de um qualquer filme negro, o hype das gentes da moda e as gentes antigas redondas e falastronas, as tradições de sempre de mão dada com a nova cultura, os bares do momento a fazer esquina com lojas de ferragens, daquelas atulhadas até ao tecto e com um cheiro que não sentia desde criança. Perco-me com esta pronúncia, tão carregada, que tanto parece doce como áspera e derreto-me com um bom Ó Muor.

Claro que não estaria verdadeiramente em casa sem a primeira visita ao Mercado do Bolhão, um dos últimos mercados de traça antiga que ainda resistem ao avanço dos tempos. Mal se entra viajamos no século e sentimos logo a alma daquelas paredes. Depois é deixarmos-nos ir ao sabor dos pregões das vendedoras cravadas de histórias na pele e encher os sentidos com tantas cores e aromas...

Um mercado cansado, é certo, mas é impensável que alguém em algum lugar tenha feito planos para o destruir, retirando-lhe tudo o que tem de genuíno... O que ele mais quer é alguém lhe honre a história e restitua a beleza roubada.



































Algo me diz que eu e a minha máquina nos vamos tornar inseparáveis e conto mostrar-vos mais desta minha nova cidade-velha... Ainda há tanto para ver!

Ah! E esta semana celebra-se uma data muito especial por isso agucem o apetite que vai haver guloseimas à séria! É a cozinha nova a ser estreada com pompa e circunstância!


junho 25, 2012

Massa de Verão com Courgette, Cogumelos e Limão


Esta é provavelmente a última vez que vos escrevo daqui, da minha casa nos últimos 6 anos. No fim desta semana vou trocar Coimbra pelo Porto e começar uma vida nova! Às vezes ainda sinto um aperto no estômago, vem-me aquele inevitável ai-meu-deus-o-que-é-que-estou-a-fazer de quem deixa o certo pelo incerto, o conhecido pelo desconhecido... Mas no minuto a seguir inundo-me de esperança e sinto que pela primeira vez estou a fazer algo realmente meu, a ir atrás do meu sonho. E no meio disto tudo sinto também um orgulho a aquecer-me o coração, aquele orgulho bom, de quem decidiu mudar a vida e escrever um novo futuro. Pode até não correr bem, mas esse orgulho, esse sei que me vai acompanhar para o resto dos tempos.

Agora tenho a minha vida em caixotes e vou-me despedindo aos poucos desta minha cidade de 14 anos. Será mesmo verdade que tem mais encanto na hora da despedida? Tantas histórias e memórias que habitam nestas ruas...

E na minha cozinha já só se preparam comidas simples e leves para poder aproveitar até à ultima a magnífica luz da casa, como esta massa cheia de sabores de Verão, óptima para comer no sofá a olhar pela janela e sonhar.

Deixo-vos com este poema de Pablo Neruda que tão bem me tem acompanhado:

Morre lentamente
quem não viaja,
quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo...

Morre lentamente
quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajectos,
quem não muda de marca,
não se arrisca a vestir uma nova cor
ou não conversa com quem não conhece...

Morre lentamente
quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco
e os pontos sobre os "is"em detrimento de um redemoinho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente
quem não vira a mesa
quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente,
quem passa os dias queixando-se da sua má sorte
ou da chuva incessante.

Morre lentamente,
quem abandona um projecto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo exige
um esforço muito maior que o simples facto de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos
um estágio esplêndido de felicidade.


Até ao Porto e... Happy Meatless Monday! *
   

Ingredientes (para 2 pessoas)

220g de Massa Fusili
200g de Courgette
6 Cogumelos Brancos
1/2 Cebola
2 dentes de Alho
1 pedacinho de Raiz de Gengibre
Raspa de 1/2 Limão
Tomilho
Azeite
Sal Marinho
Pimenta Preta moída na hora
Funcho e Sementes de Chia para servir

Preparação

Encher um tacho fundo com água temperada com sal e um fio de azeite e deixar levantar fervura para colocar a massa a cozer.
Num frigideira refogar a cebola cortada em rodelas finas num pouco de azeite.
Picar o alho e o gengibre e acrescentar à cebola quando esta começar a caramelizar.
Lavar e cortar em fatias finas os cogumelos e juntar ao refogado.
Misturar a raspa de limão e o tomilho e deixar cozinhar em lume médio uns 3 minutos.
Lavar e cortar a courgette em tiras e acrescentar aos cogumelos misturando.
Temperar com sal e pimenta e deixar cozinhar entre 5 a 7 minutos até os legumes amolecerem.
Verificar a cozedura da massa e se estiver pronta, escorrer a água (poupando um bocadinho para ajudar a envolver) e passar para a frigideira.
Sempre com o lume ligado envolver a massa com o refogado.
Servir salpicado de sementes de chia e umas folhinhas de funcho.


Adaptado do livro Refeições Rápidas, Passo a Passo da Love Food


junho 21, 2012

Uma Estreia Deliciosa

Entre Abril e Outubro e todos os segundos sábados de cada mês o Quebra Costas enche-se de gente, cores, sabores e música... Uma das melhores iniciativas de Coimbra, o Mercado Quebra Costas começou como um pequeno mercadinho de artesanato urbano e artigos vintage mas com o passar dos anos foi crescendo, tornando-se numa verdadeira atracção turística e cultural com concertos, performances, contos...

Sempre adorei lá ir mas nunca imaginei que um dia lá ia ter a minha banquinha. Até este sábado que passou, em que finalmente levei o Passe Vite para a rua e tive um dos dias mais fantásticos de sempre! Estava à espera dele desde Abril... O S. Pedro andava muito mal humorado, encomendou chuva para quase todos os sábados dos últimos tempos e a primeira edição do Mercado em 2012 ia sendo sempre adiada... Mas para este sábado estava decidido, fizesse chuva ou fizesse sol, todos os caminhos iam dar ao Quebra!

E assim foi. Uma estreia deliciosa, com algumas peripécias e um ou outro erro de principiante, mas que me deixou de alma cheia e com muita vontade de repetir a dose!

Como já tinha toda a parte da logística planeada, afinal ainda foram uns meses à espera, sexta-feira esteve reservada para os meus tachos. Foi um longo dia, que só terminou perto da 1 da manhã, em que a cozinha esteve ao rubro e a cozinheira atarefada como nunca! Tenho de admitir que houve alturas em que pensei que não ia conseguir, mas aquela maravilhosa sensação de estar a fazer o que mais gosto não me deixou desistir e entre algum caos culinário lá me mantive firme no meu posto.

O sábado começou bem cedinho, para finalizar os últimos preparativos e ainda se sentia o fresco da manhã quando saí de casa completamente eléctrica e com os sacos cheios de coisas boas. A banquinha do Passe Vite ia servir Hambúrgueres de Tofu com Batata Doce, Folhadinhos Mediterrânicos, Muffins de Iogurte com Limão e Sementes de Papoila , Pie Pops de Morango e de Pêssego (que desta vez não quiseram ficar nos pauzinhos e acabaram por ser oferecidas), Sangria Silvestre de Vinho Rosé e Limonada de Limas com Gengibre e Hortelã. Uma ementa deliciosamente verde, com algumas opções vegan, com que eu esperava mostrar a todos como é tão bom ser vegetariano.

Banca montada e vestida a rigor com manjerico e tudo, era tempo de relaxar um bocadinho e esperar o meu primeiro freguês! E que emoção, quando ele chegou... Descrever as minhas iguarias, ajudar a escolher e ver aquele sorriso de satisfação! Só por aquele momento valeu todo o esforço!

Os réis da banquinha foram sem dúvida os Hambúrgueres, servidos num pãozinho de azeitonas e sêsamo com alface frisada temperada, que desapareceram à velocidade da luz! Ah! E a Sangria, claro, que é sempre um sucesso para onde quer que vá!

Vim para casa de sacos vazios, não sobrou nem uma migalhinha, e apesar de cansada trazia o coração bem cheio e um sorriso estampado de quem tinha concretizado um sonho!













Assim se passou um maravilhoso dia de Mercado Quebra Costas, cheio de gente, cores, sabores e música... com direito a um casamento e tudo!


Um obrigada do tamanho do mundo ao Rui e à Sara pela preciosa ajuda com a logística, sem vocês tinha sido impossível! E não posso deixar de dizer como foi bom ter tantas caras amigas a visitarem a banquinha. Obrigada a todos pela força!

junho 13, 2012

Risoto de Beterraba Assada com Funcho e Vinagre Balsâmico



...ou como me apaixonei pela Beterraba! Não foi uma relação fácil, mas este Risoto fez-me cair de amores por ela. O caso começou mal as cascas caíram na tábua, tal e qual pétalas de rosas bem coloridas e a partir daí foi a rendição total... Chamei o seu velho amigo, o Funcho, acrescentei Vinagre Balsâmico e o resultado foi pura magia, uma estrondosa combinação de sabores que a torna doce como caramelo ao mesmo tempo que realça o seu sabor da terra. Depois foi deixá-la envolver-se calmamente com o Arroz, tingindo-o do mais espantoso cor-de-rosa que vi nos últimos tempos... Quando finalmente chegou ao prato, já eu tinha a certeza que ficaríamos juntas para sempre e que todas as nossas zangas tinham ficado esquecidas no passado! Afinal, a partir daqui, a vida só pode mesmo ser cor-de-rosa!

Os aromas, as cores, os sabores, enfim, este Risoto de Beterraba Assada com Funcho e Vinagre Balsâmico foi mesmo um verdadeiro caso de amor que se passou na minha cozinha!




Ingredientes (para 2 pessoas)

350g de Arroz de Risoto
1/2 Cebola
5 dentes de Alho
1 pedaço de Raiz de Gengibre
40g de Manteiga
700cl de Caldo de Legumes
1/2 copo de Vinho Branco
1 folha de Louro
2 Beterrabas médias
1 raminho de Funcho
3 colheres de sopa de Vinagre Balsâmico
1 colher de sopa de Azeite
Sal Marinho
Pimenta Preta moída na hora


Preparação

Ligar o forno para ir aquecendo.
Descascar e cortar as beterrabas em pedaços mais ou menos iguais.
Colocar os pedaços de beterraba no centro de uma folha de papel alumínio, juntamente com 2 dentes de alho e o funcho e temperar com o sal e pimenta.
Dobrar as pontas da folha de maneira a fazer um embrulho e antes de fechar regar com o azeite e o vinagre balsâmico.
Levar ao forno cerca de 45 minutos (aviso que vão ficar literalmente de água na boca com o cheirinho que fica!).

Numa frigideira grande refogar a cebola, o alho e o gengibre picados num pouco de manteiga (cerca de metade da quantidade total) juntamente com a folha de louro.
Quando a cebola estiver transparente juntar o arroz mexendo sempre por 1 ou 2 minutos.
Colocar o vinho e deixar evaporar um pouco
Baixar o lume e começar a juntar o caldo de legumes aos poucos (à medida que for evaporando juntar mais caldo, mexendo de vez em quando).
10 minutos depois do arroz estar a cozinhar colocar a beterraba assada e deixar cozinhar acrescentado sempre mais um pouco de caldo.
O risoto está pronto quando o arroz não absorver mais caldo.
Verificar os temperos, juntar o resto da manteiga, envolver e servir salpicado com folhinhas de funcho.

Adaptado daqui.

junho 08, 2012

Creme de Espinafres com Coco Ralado



Apesar de ter sido uma menina de pernas de aranhiço, como o meu Avô tanto gostava de me chamar, sempre adorei comer. Mas o que eu gostava mesmo era das comidas dos grandes e contam-se histórias de verdadeira proezas em relação à quantidade que uma trinca-espinhas como eu conseguia comer! Agora com papas e sopas já a fama era outra. Pelos vistos transformava-me numa verdadeira pestinha e ninguém me conseguia convencer das virtudes de tais iguarias.  Então se fossem verdes... Aí, era escusado se quer tentarem! Até que a minha Avó se lembrou deste truque, não fossem as Avós conhecidas pelos seus truques. Uma camadinha de Coco ralado por cima da sopa, que para além de esconder o verde, lá me fazia ir comendo até se ver o fundo do prato. Truque que eu só percebi muitos anos depois, pois para mim, eu é que a estava a enganar! Matreira como era, pensava que sempre que rapava o Coco da sopa, como muito cuidado para não vir nada de verde na colher, e pedia mais à minha Avó ela não percebia que o que eu queria era empanturrar-me com Coco. Claro que não dava conta que assim a sopa ia desaparecendo e que estava a cair que nem uma patinha na minha própria armadilha. E lá continuávamos neste bailado, até não haver mais sopa no prato e eu ir brincar com aquela deliciosa sensação que tinha enganado um adulto!

Os tempos mudam e agora adoro sopas e quanto mais verdes melhor! Mas continuo a pôr o Coco ralado sempre que faço Creme de Espinafres. É um combinação espantosa entre o amargo quase ferroso dos Espinafres e o doce do Coco. Eu sei que parece estranho, mas confiem em mim, é delicioso e até o homem da casa se converteu a esta sopa com sabor a infância. Afinal as Avós sabem sempre o que fazem!

Ingredientes

250g de Espinafres lavados e arranjados
1 Courgette pequena
3 Dentes de Alho
1 Cebola
Azeite
Sal Marinho
Pimenta Preta moída na hora
Água
Coco Ralado para servir


Preparação

Lavar a courgette e descascar a cebola e os alhos.
Cortar tudo em pedaços grandes e colocar numa panela grande.
Juntar água até cobrir os legumes e temperar com sal, pimenta e azeite.
Cozinhar em lume médio e os legumes começarem a ficar tenros.
Acrescentar os espinafres e deixar cozer até abaterem.
Passar a varinha mágica até se obter um puré cremoso e se necessário acrescentar mais água quente e rectificar os temperos.
Servir polvilhado com o coco ralado e umas fatias de pão torrado.